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XP eleva preço-alvo do Banco do Brasil para R$41 com potencial de valorização de quase 50%

XP eleva preço-alvo do Banco do Brasil para R$41 com potencial de valorização de quase 50%

Mesmo com cenário macroeconômico desafiador previsto para 2025 e aumento da inadimplência no Agronegócio, corretora mantém recomendação de compra para BBAS3, destacando rentabilidade superior a 20%.

A XP Investimentos revisou suas projeções para o Banco do Brasil (BBAS3) nesta semana, aumentando o preço-alvo das ações de R$37 para R$41 até o final de 2025. Esta nova avaliação representa um potencial de valorização de 48,8% sobre o preço de fechamento da última quinta-feira, sinalizando uma oportunidade significativa mesmo em um cenário macroeconômico restritivo.

A análise, conduzida pelos especialistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, projeta crescimento de 4% no lucro líquido do banco estatal em comparação a 2024, apesar dos desafios no horizonte econômico e do aumento da inadimplência no setor de Agronegócio, responsável por aproximadamente um terço da carteira de crédito da instituição.

Um dos principais diferenciais competitivos destacados no relatório é a estrutura de capital privilegiada do banco. Cerca de 40% dos recursos do Banco do Brasil provêm de fontes de baixo custo, incluindo caderneta de poupança e depósitos judiciais, que remuneram apenas 6% ao ano. Este modelo permite que a instituição capture um spread significativo ao operar com a taxa Selic atual de 14,25%, ilustrando como a política monetária restritiva beneficia o sistema bancário tradicional.

"Vemos suas ações negociando a um valuation atrativo", observam os analistas da XP, acrescentando que "há um desconto excessivo nos papéis, considerando que o BB atualmente entrega um ROE superior a 20%". Esta avaliação reforça a recomendação de compra mantida pela corretora, mesmo após a valorização de 17% já registrada no ano corrente.

A XP também destaca a natureza defensiva da carteira do banco como um fator de proteção adicional contra possíveis deteriorações econômicas, além de um dividend yield próximo a 10%, elementos que compõem um perfil de investimento atraente para um mercado em busca de segurança em tempos incertos.

Para 2025, os analistas projetam uma recuperação dos índices de capital da instituição, que havia encerrado 2024 com índice BIS de 13,8%. A expectativa é que a flexibilização gradual da curva de juros, combinada com crescimento moderado da carteira de empréstimos entre 5,5% e 9,5% (abaixo dos 15,3% registrados em 2024), restaure os indicadores de solidez do banco.

Mesmo com a deterioração recente na qualidade de crédito do segmento agrícola, os especialistas mantêm visão positiva sobre a Carteira Agro, ressaltando a posição dominante do Banco do Brasil neste mercado específico, com aproximadamente 50% de participação no financiamento do setor produtivo nacional.

A capacidade da instituição de navegar eficientemente em um ambiente de juros elevados demonstra a resiliência de seu modelo de negócios, oferecendo uma alternativa de investimento interessante em meio às incertezas que caracterizam o mercado financeiro atual.

Matías Rodríguez

Matías Rodríguez

Matías é um entusiasta das criptomoedas e especialista em blockchain. Com um histórico de investimentos em criptoativos, ele compartilha suas análises sobre os movimentos do mercado cripto e o futuro da tecnologia blockchain.