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Taxas do Tesouro Direto sobem no início da semana: cenário externo e fiscal pressionam juros

Taxas do Tesouro Direto sobem no início da semana: cenário externo e fiscal pressionam juros

Taxas do Tesouro Direto sobem no início da semana, refletindo riscos fiscais internos e cautela global antes da decisão do Fed. Títulos prefixados e atrelados à inflação oferecem rendimentos mais elevados.

A semana começou com movimento de alta nas taxas do Tesouro Direto, refletindo a combinação de fatores locais e internacionais que reacendem a pressão sobre os juros futuros. Com o feriado de 1º de Maio encurtando a semana no Brasil, investidores ajustaram posições diante da percepção de riscos elevados, tanto na frente fiscal quanto no ambiente externo.

Na manhã desta segunda-feira (29), os títulos públicos negociados na plataforma Tesouro Direto exibiam avanços relevantes nas taxas. O Tesouro IPCA+ 2035, por exemplo, oferecia 6,19% ao ano, acima dos 6,13% registrados no fechamento da sexta-feira anterior.

Já o Tesouro Prefixado 2027 era negociado a 11,33% ao ano, enquanto o Prefixado 2031 apresentava taxa de 11,89% ao ano, ambos em patamares superiores aos vistos no final da semana passada.

Risco fiscal e cenário político seguem no radar

Internamente, a pressão sobre as taxas reflete preocupações renovadas com o quadro fiscal brasileiro. A dificuldade do governo em entregar metas fiscais ambiciosas e as incertezas quanto à aprovação de medidas de ajuste reforçam a cautela dos investidores.

O anúncio de mudanças em regras de despesas obrigatórias e debates sobre a flexibilização do novo arcabouço fiscal elevam a percepção de risco soberano, impactando diretamente a curva de juros e, por consequência, os rendimentos dos títulos públicos.

Ambiente externo também adiciona volatilidade

No cenário internacional, a expectativa por decisões de política monetária nos Estados Unidos adiciona volatilidade. O Federal Reserve anuncia sua decisão sobre juros nesta quarta-feira (1º), com o mercado dividido entre a manutenção da taxa e a possibilidade de um discurso mais agressivo diante da resiliência inflacionária norte-americana.

A perspectiva de juros altos por mais tempo nos EUA fortalece o dólar e pressiona moedas de países emergentes como o Brasil, além de elevar os rendimentos exigidos pelos investidores para ativos de risco, incluindo os títulos públicos brasileiros.

Perspectivas: volatilidade no radar

Com a semana mais curta e eventos importantes no horizonte, como o comunicado do Fed e a divulgação da ata do Copom, a tendência é que o mercado de renda fixa siga volátil.

Investidores atentos às taxas do Tesouro Direto devem observar não apenas os movimentos pontuais, mas também a dinâmica de médio prazo que se desenha: um ambiente ainda desafiador para ativos sensíveis a juros e uma percepção de risco fiscal que continua a exigir prêmios elevados.

Vitor Polinski

Vitor Polinski

Vitor Gabriel Polinski é Sócio e COO da Libertom LLC, além disso é redator da Libertom News, trazendo análises aprofundadas sobre liberdade financeira, tecnologia e mercados digitais. Com experiência em marketing estratégico e gestão empresarial, seu foco é traduzir temas complexos em insights acessíveis, conectando inovação e conhecimento para a nova economia.