O relatório de empregos dos Estados Unidos (Payroll), divulgado nesta sexta-feira (5), surpreendeu o mercado ao apontar a criação de 228 mil vagas de trabalho não-agrícolas em março, acima da expectativa de 200 mil. O dado reforça a resiliência da economia norte-americana e teve impacto imediato no câmbio: até o momento, o dólar subiu 3,76%, chegando a R$ 5,84 (uma alta de R$0,21 centavos).
O resultado forte do Payroll alimenta a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, mantenha os juros elevados por mais tempo para controlar a inflação, o que torna os ativos americanos mais atraentes para investidores e fortalece a moeda norte-americana.
Além do aumento nas vagas, o relatório apontou queda na taxa de desemprego, de 3,9% para 3,8%, e avanço de 0,3% no salário médio por hora em relação ao mês anterior — sinal de pressão nos custos trabalhistas e possível impacto nos preços da economia.
Com isso, o dólar disparou frente ao real, refletindo a fuga de capital de países emergentes diante da perspectiva de juros altos nos EUA. A alta de 3,76% na cotação do dólar coloca pressão sobre o Banco Central brasileiro e pode influenciar decisões futuras sobre a taxa Selic, além de encarecer importações, aumentar os custos de produção e impactar a inflação no Brasil.
Especialistas apontam que o movimento do câmbio nos próximos dias dependerá da sinalização do Fed e da política monetária brasileira. Para os mercados, o Payroll deixou um recado claro: os Estados Unidos ainda estão longe de um ciclo de cortes de juros.