As taxas futuras de juros no Brasil registraram leves quedas nesta quarta-feira (16), influenciadas pela alta nos rendimentos dos Treasuries após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.Powell indicou a possibilidade de dois cortes de juros ainda este ano, totalizando 50 pontos-base, desde que a economia americana evolua conforme o esperado.
No Brasil, a curva de juros refletiu esse movimento. A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026, por exemplo, atingiu 12,35% durante a tarde, um aumento de 8 pontos-base em relação ao ajuste anterior.Já o contrato para janeiro de 2031 chegou a 12,47%, alta de 11 pontos-base.
Além da influência externa, fatores internos também impactaram o mercado. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para outubro, indicando custos adicionais na conta de luz e potencial pressão inflacionária.Paralelamente, o relatório Focus do Banco Central apontou projeções de déficit primário de 0,60% do PIB em 2024 e 0,73% em 2025, além de expectativas de inflação acima da meta para os próximos dois anos.
No cenário internacional, os rendimentos dos Treasuries continuaram em alta. O título de dois anos, sensível às expectativas de curto prazo, subiu 10 pontos-base, atingindo 3,66%, enquanto o de dez anos avançou 6 pontos-base, alcançando 3,806%.
Esses movimentos refletem a cautela dos investidores diante das incertezas econômicas globais e das políticas monetárias dos principais bancos centrais.No Brasil, a combinação de fatores externos e internos sugere um ambiente de volatilidade para os juros futuros, exigindo atenção redobrada dos agentes econômicos.