A Argentina fechou o mês de março de 2025 com um superávit comercial de US$ 323 milhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado marca uma reversão importante no balanço de transações do país e reforça a trajetória de recuperação externa impulsionada pelas reformas do governo Milei.
O saldo foi obtido com exportações totais de US$ 5,5 bilhões, contra importações de US$ 5,2 bilhões, mantendo a tendência de contenção das compras externas, efeito direto da abertura econômica e da desregulamentação cambial promovida pela nova administração.
Este é o terceiro superávit mensal consecutivo em 2025, consolidando a virada após o histórico déficit acumulado em 2023. De acordo com o Indec, a melhora está relacionada a aumentos nas exportações de produtos do agro e energia, além da forte retração das importações em setores antes fortemente subsidiados.
Especialistas apontam que a combinação entre dólar livre, redução de barreiras tarifárias e maior previsibilidade para investidores tem favorecido a competitividade externa da Argentina. No entanto, alertam que o equilíbrio ainda é frágil, pois depende da manutenção da confiança do mercado e do controle da inflação interna, que segue em patamares elevados.
“A Argentina vive um momento de transição. O superávit comercial ajuda a recompor reservas e dá fôlego à política de desregulação. Mas é fundamental manter o foco em reformas estruturais e na confiança fiscal”, afirmou um economista da consultoria EcoLatAm ao Valor Econômico.
Com o resultado de março, o país avança no reequilíbrio de suas contas externas e reforça a narrativa de que a guinada liberal tem potencial para restaurar os fundamentos macroeconômicos do país — desde que acompanhada de disciplina orçamentária e estímulo à produção.