Os títulos do Tesouro Direto registraram oscilações nesta sexta-feira (25), refletindo a divulgação do IPCA-15 de abril, que apresentou alta de 0,43%, levemente acima das projeções de mercado.O resultado reforça a expectativa de continuidade no aperto monetário pelo Banco Central, impactando diretamente as taxas dos papéis prefixados e atrelados à inflação.
IPCA-15 surpreende e pressiona mercado
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,43% em abril, acumulando 2,43% no ano e 5,49% em 12 meses.Embora indique uma desaceleração frente aos 0,64% de março, o dado veio acima das expectativas, sinalizando persistência inflacionária.Esse cenário aumenta a probabilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75%, na próxima reunião.
Títulos prefixados atingem menor patamar do ano
Entre os papéis prefixados, o Tesouro Prefixado 2028 oferecia retorno de 13,46% ao ano, enquanto o de 2032 pagava 14,08%.Ambas as taxas estão abaixo da Selic atual de 14,25%, indicando o menor nível do ano para esses vencimentos.Já o Tesouro Prefixado 2035, com juros semestrais, apresentava taxa de 14,26%, ligeiramente inferior aos 14,28% registrados anteriormente.
Títulos atrelados à inflação também oscilam
Os títulos indexados ao IPCA+ mostraram variações nas taxas: o papel com vencimento em 2029 oferecia IPCA + 7,51%, o de 2040, IPCA + 7,45%, e o de 2050, IPCA + 7,14%, abaixo dos 7,18% do dia anterior.Essa redução nas taxas reflete uma valorização nos preços dos títulos, evidenciando a relação inversa entre taxa de juros e preço dos papéis.
Perspectivas para a política monetária
Com o IPCA-15 acima do esperado, o mercado ajusta suas expectativas para a política monetária.A maioria dos analistas projeta um aumento de 0,50 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom, elevando-a para 14,75%.Para o encontro subsequente, em junho, a probabilidade de manutenção da taxa é de 54,5%, sugerindo possível encerramento do ciclo de alta.
A movimentação dos títulos do Tesouro Direto reflete a sensibilidade do mercado às expectativas inflacionárias e às decisões de política monetária, ressaltando a importância de acompanhamento constante por parte dos investidores.