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Países do BRICS discutem resposta conjunta às políticas comerciais de Trump

Países do BRICS discutem resposta conjunta às políticas comerciais de Trump

Países do BRICS discutem resposta conjunta às políticas protecionistas de Trump, temendo nova onda de tarifas e impacto no comércio global. Brasil acompanha o cenário com cautela.

A crescente tensão no comércio internacional voltou ao centro do debate global. Em reunião recente, representantes dos países que integram o BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — discutiram a formulação de uma resposta conjunta às políticas protecionistas propostas por Donald Trump, pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos.

Com a possibilidade concreta de um retorno de Trump ao poder, a escalada de tarifas e medidas restritivas ao comércio global se tornou uma preocupação central para as principais economias emergentes. O ex-presidente norte-americano já sinalizou que, se eleito, pretende adotar tarifas generalizadas sobre produtos importados, não apenas da China, mas de diversos países.

Preocupação com nova onda de protecionismo

Segundo fontes diplomáticas, os países do BRICS estão avaliando estratégias coordenadas para mitigar os efeitos de um eventual recrudescimento do protecionismo norte-americano. Entre as possibilidades estudadas estão:

  • A diversificação de mercados para exportação;

  • O fortalecimento do comércio intra-BRICS;

  • E a criação de mecanismos de compensação financeira para setores mais impactados.

Embora as conversas ainda estejam em estágio inicial, há consenso sobre a necessidade de uma ação coordenada para proteger os interesses comerciais do bloco em um ambiente internacional potencialmente mais hostil.

Brasil observa cenário com atenção

O Brasil, particularmente, acompanha o tema com cautela. Como uma das maiores economias exportadoras de commodities do mundo, o país pode ser atingido indiretamente por uma desaceleração no comércio global provocada por novas barreiras tarifárias.

Além disso, o Brasil busca preservar seu relacionamento comercial com os Estados Unidos — seu segundo maior parceiro comercial — enquanto reforça laços com a China e outros países emergentes, dentro e fora do BRICS.

O impacto no comércio global

Uma nova onda de tarifas teria efeitos significativos sobre o crescimento global, pressionando cadeias de produção e elevando os custos de bens industriais e agrícolas. A Organização Mundial do Comércio (OMC) já alertou que a intensificação de disputas comerciais pode reduzir o crescimento do PIB mundial nos próximos anos.

No caso dos países do BRICS, o impacto seria duplo: perda de acesso a mercados desenvolvidos e necessidade de maior integração regional para compensar as perdas.

Perspectivas: aumento da fragmentação econômica

O avanço de políticas protecionistas e a formação de blocos comerciais paralelos indicam que a tendência de fragmentação econômica global deve se acelerar. Para o BRICS, a resposta a essa nova realidade exigirá articulação diplomática, fortalecimento de acordos multilaterais e, acima de tudo, agilidade na adaptação dos seus modelos de comércio exterior.

A construção de uma frente comum pode ser um dos poucos caminhos para preservar a relevância econômica dos emergentes em um cenário mundial cada vez mais polarizado.

Israel Augusto Esgaib

Israel Augusto Esgaib

Israel Augusto Esgaib é CEO da Libertom e gestor de fundos de investimentos, com certificações CFG, CFA e CGA. Com sólida experiência de mercado, atua há mais de cinco anos no setor financeiro, tendo passado por gestoras renomadas. Na Libertom News, contribui como redator e comentarista especializado em finanças e mercado de capitais, oferecendo uma abordagem técnica, independente e alinhada aos p