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Ibovespa fecha semana em alta de 4% e renova máximas do ano; dólar recua para R$ 5,69

Ibovespa fecha semana em alta de 4% e renova máximas do ano; dólar recua para R$ 5,69

O Ibovespa subiu 4% na semana, renovando as máximas de 2025, impulsionado por balanços fortes e expectativa de corte na Selic. O dólar recuou para R$ 5,69 em meio ao fluxo estrangeiro e enfraquecimento global da moeda americana.

O Ibovespa encerrou a semana com valorização de 4%, atingindo os 130.842 pontos e renovando as máximas de 2025. A forte alta foi impulsionada principalmente por resultados corporativos robustos, pela recuperação do mercado de commodities e pela crescente expectativa de cortes na taxa básica de juros, a Selic.

Na outra ponta, o dólar comercial caiu 1,21% na sexta-feira, fechando a semana cotado a R$ 5,695, em meio ao enfraquecimento global da moeda americana e ao otimismo dos investidores estrangeiros em relação a mercados emergentes.

O movimento positivo dos ativos brasileiros ocorre em um ambiente de volatilidade moderada, mas ainda permeado por riscos internos e externos relevantes.

Balanços corporativos sólidos e commodities em alta

O principal motor da alta do Ibovespa nesta semana foi o conjunto de balanços trimestrais, que em sua maioria superou as expectativas do mercado. Setores como mineração, siderurgia e energia foram destaque, puxados pelo desempenho de empresas como Vale e Petrobras, que se beneficiaram da valorização recente do minério de ferro e do petróleo.

Além disso, o ambiente internacional deu suporte adicional: dados econômicos mais fracos nos EUA aumentaram as apostas de que o Federal Reserve poderá adotar um tom mais dovish nos próximos meses, favorecendo o apetite por risco nos mercados emergentes.

Expectativa de corte na Selic impulsiona setores cíclicos

A percepção de que o Banco Central do Brasil poderá iniciar um novo ciclo de redução da Selic ainda no primeiro semestre reforçou o movimento comprador em setores cíclicos, como varejo, construção civil e tecnologia, que são mais sensíveis ao custo do crédito.

Apesar da inflação ainda pressionada, a desaceleração recente no mercado de trabalho brasileiro e a revisão para baixo em projeções de crescimento embasam a tese de que o Copom poderá ter espaço para flexibilizar a política monetária.

Dólar recua, mas riscos internos continuam no radar

A queda do dólar para R$ 5,69 reflete não apenas o movimento global de enfraquecimento da moeda americana, mas também a entrada de fluxo estrangeiro atraído pelos preços ainda descontados de ativos brasileiros e pelas altas taxas de juros reais do país.

No entanto, analistas alertam que a melhora cambial ocorre em meio a um cenário ainda frágil no campo fiscal. As incertezas quanto à execução do novo arcabouço fiscal e os desafios políticos internos podem voltar a pressionar a moeda caso o otimismo perca força.

Perspectivas: cautela na euforia

Embora o desempenho da semana tenha sido expressivo e traga alívio para o mercado, o ambiente ainda exige cautela. O otimismo está sustentado em grande parte por expectativas — tanto no plano doméstico quanto internacional — e qualquer frustração no andamento das reformas, no controle da inflação ou na política monetária pode inverter rapidamente o humor dos investidores.

O próximo grande teste será a comunicação do Banco Central nas próximas semanas e a evolução dos dados de inflação, que serão determinantes para confirmar ou frustrar a tese de queda nos juros.

A engrenagem dos mercados brasileiros voltou a girar em alta velocidade. Resta saber se a máquina continuará funcionando sem sobressaltos ou se novos obstáculos à frente exigirão ajustes bruscos de rota.

Vitor Polinski

Vitor Polinski

Vitor Gabriel Polinski é Sócio e COO da Libertom LLC, além disso é redator da Libertom News, trazendo análises aprofundadas sobre liberdade financeira, tecnologia e mercados digitais. Com experiência em marketing estratégico e gestão empresarial, seu foco é traduzir temas complexos em insights acessíveis, conectando inovação e conhecimento para a nova economia.