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Fed adota cautela e aguarda sinais de melhora na inflação antes de novos ajustes

Fed adota cautela e aguarda sinais de melhora na inflação antes de novos ajustes

As atas da reunião de janeiro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) revelaram que o Federal Reserve está disposto a manter as taxas de juros estáveis enquanto monitora a inflação e os impactos das políticas econômicas.

Em um cenário de incertezas econômicas, o Federal Reserve (Fed) demonstrou cautela ao sinalizar que manterá as taxas de juros inalteradas até observar avanços mais consistentes na trajetória da inflação. De acordo com as atas divulgadas recentemente, referentes à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) realizada nos dias 28 e 29 de janeiro, os formuladores de políticas estão comprometidos em aguardar sinais claros de que a economia caminha para o controle da inflação antes de implementar novos ajustes nas taxas de juros.

Durante o encontro, os membros do FOMC enfatizaram que, enquanto a economia se mantiver próxima do pleno emprego, será necessário observar progressos adicionais no combate à inflação antes de considerar novas mudanças. A ata aponta que muitos participantes acreditam ser prudente manter as taxas em um nível restritivo caso a inflação continue elevada e a atividade econômica permaneça robusta. No momento, a taxa básica de juros está fixada entre 4,25% e 4,5%, após cortes graduais aplicados nos últimos meses de 2024.

Os registros também destacam preocupações relacionadas ao teto da dívida dos Estados Unidos, que pode gerar volatilidade no sistema financeiro. Diante desse cenário, alguns membros sugeriram que o Fed poderia reconsiderar o ritmo de redução de seu balanço patrimonial até que questões envolvendo o limite da dívida sejam resolvidas. Atualmente, o banco central permite que até US$ 25 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 35 bilhões em títulos lastreados em hipotecas deixem de ser reinvestidos mensalmente. Contudo, o governo federal já atingiu seu limite de endividamento e depende de medidas extraordinárias para continuar operando.

Além disso, as autoridades estão de olho nas políticas econômicas propostas pelo presidente Donald Trump, especialmente aquelas relacionadas ao aumento de tarifas comerciais e restrições à imigração. Essas medidas podem influenciar diretamente a inflação, o mercado de trabalho e o crescimento econômico. As atas mencionam que esses fatores representam riscos potenciais para as projeções de inflação, embora os formuladores de políticas acreditem que, com uma condução adequada da política monetária, a inflação deve convergir gradualmente para a meta de 2%.

Outro ponto relevante discutido na reunião foi a dificuldade de interpretar os dados de inflação no início do ano, devido a distorções sazonais. Isso levanta desafios para avaliar com precisão a evolução dos preços. Paralelamente, o Fed iniciou sua revisão quinquenal da estrutura de política monetária, com foco nas lições aprendidas durante o período inflacionário pós-pandemia. Entre os temas debatidos estão a comunicação do banco central e a eficácia das estratégias adotadas desde a revisão de 2020, como a busca por uma inflação moderadamente acima de 2% após períodos de baixa persistente.

Por fim, os membros do FOMC também abordaram possíveis ajustes na composição do balanço patrimonial do Fed. Muitos concordaram que seria ideal alinhar a maturidade dos títulos detidos pelo banco central à composição geral da dívida pública, minimizando assim possíveis turbulências nos mercados financeiros. A conclusão dessa revisão estratégica está prevista para o final do verão, enquanto o Fed continua a navegar por um ambiente econômico complexo e em constante mudança.

Martín López

Martín López

artín é um investidor e analista especializado em ETFs, com foco na diversificação inteligente de portfólios e investimentos sustentáveis. Ele busca sempre explicar de maneira simples as complexidades desse tipo de investimento.