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A Voepass Linhas Aéreas protocolou nesta terça-feira (22) um pedido de recuperação judicial na Vara Regional Empresarial de Ribeirão Preto, alegando dívidas totais de R$ 429 milhões. A companhia atribui à Latam Airlines a responsabilidade por parte significativa de sua crise financeira, citando inadimplência e decisões comerciais prejudiciais.
Acusações contra a Latam
No pedido, a Voepass afirma que a Latam exerceu "elevado poder de ingerência" na relação comercial entre as empresas, além de inadimplir obrigações financeiras relevantes. A companhia alega que, após o acidente aéreo ocorrido em Vinhedo em agosto de 2024, a Latam suspendeu unilateralmente as operações de quatro das dez aeronaves utilizadas exclusivamente no acordo de codeshare entre as partes. Além disso, a Voepass acusa a Latam de reter ilegalmente valores devidos relativos aos custos fixos gerados pelas aeronaves mantidas em solo.
Contexto da crise
A situação financeira da Voepass já vinha se deteriorando após o acidente mencionado, que resultou na morte de 62 pessoas. Em março de 2025, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as operações da companhia devido a falhas e problemas relacionados à segurança. A Voepass já havia passado por um processo de recuperação judicial anteriormente, concluído em 2017.
Repercussões e próximos passos
Com o pedido de recuperação judicial, a Voepass busca reorganizar seus compromissos financeiros e fortalecer sua estrutura de capital.A empresa solicita a manutenção de slots de pousos e decolagens, concessão de 120 dias de suspensão de ações e execuções judiciais e prazo de 60 dias para apresentação de plano de reestruturação.
A Latam, por sua vez, não se pronunciou oficialmente sobre as acusações até o momento.O desfecho desse processo poderá ter implicações significativas para o setor aéreo regional brasileiro, especialmente no que tange às parcerias comerciais e à sustentabilidade das operações das companhias de menor porte.