A produção industrial brasileira registrou um crescimento de 1,2% em março de 2025 em relação a fevereiro, superando as expectativas do mercado, que previa uma alta de 0,3%. Este resultado representa o maior avanço mensal desde junho de 2024, quando a produção cresceu 4,3% .
Na comparação com março de 2024, a produção industrial aumentou 3,1%, marcando a décima taxa positiva consecutiva e a mais intensa desde outubro de 2024 . No acumulado do ano, o setor industrial apresenta uma alta de 1,9%, enquanto nos últimos 12 meses, o crescimento é de 3,1% .
Setores em Destaque
O crescimento da produção industrial em março foi impulsionado por três das quatro grandes categorias econômicas e por 16 dos 25 ramos industriais pesquisados. Entre as atividades que mais contribuíram para o resultado estão:
- Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis: crescimento de 3,4%, interrompendo dois meses consecutivos de queda.
- Indústrias extrativas: aumento de 2,8%, acumulando expansão de 5,9% em dois meses consecutivos de crescimento.
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: alta expressiva de 13,7%, revertendo a queda de 13,4% registrada no mês anterior.
- Veículos automotores, reboques e carrocerias: crescimento de 4,0%, após recuo de 1,2% em fevereiro .
Por outro lado, nove atividades registraram queda na produção, com destaque para:
- Produtos químicos: retração de 2,1%, eliminando o avanço de 2,0% do mês anterior.
- Produtos alimentícios: queda de 0,7%, após acumular expansão de 3,7% entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 .
Análise e Perspectivas
Apesar do resultado positivo, especialistas alertam que o crescimento de março reflete uma recuperação das perdas acumuladas nos meses anteriores, e não necessariamente indica uma tendência de crescimento sustentado. André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, afirmou que "por enquanto não é uma mudança de trajetória, é uma melhora da situação. Não é leitura de que a indústria vai engatar uma trajetória ascendente" .
Fatores como inflação elevada, juros altos, crédito mais caro, aumento da inadimplência e incertezas no cenário internacional continuam a representar desafios para o setor industrial. A expectativa é que a indústria brasileira sinta, ao longo de 2025, os impactos dessas condições adversas, embora políticas governamentais de estímulo possam ajudar a mitigar os efeitos negativos .
Conclusão
O crescimento de 1,2% na produção industrial em março de 2025 é um sinal positivo para a economia brasileira, indicando uma recuperação após meses de estagnação. No entanto, a continuidade desse crescimento dependerá de diversos fatores, incluindo a evolução das condições macroeconômicas e a eficácia das políticas de estímulo à atividade industrial.