O Boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com economistas de mercado, divulgado na manhã desta segunda-feira (14), trouxe poucas alterações nas projeções para os principais indicadores econômicos brasileiros, mas sinalizou uma leve melhora na perspectiva de crescimento para este ano.
A mediana das estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 subiu marginalmente, passando de 1,97% na semana anterior para 1,98%. Para os anos seguintes, também houve um pequeno ajuste para cima na projeção de 2026 (de 1,60% para 1,61%), enquanto a de 2027 permaneceu estável em 2,00%.
No entanto, o otimismo com a atividade econômica não se refletiu nas expectativas para a inflação. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 ficou estável em 5,65% pela terceira semana seguida. Este valor continua bem acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano, que é de 4,5% (meta de 3,0% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual). As projeções de inflação para 2026 (4,50%) e 2027 (4,00%) também não sofreram alterações.
Diante desse cenário de inflação persistente, as expectativas para a taxa básica de juros (Selic) permaneceram ancoradas em patamares elevados. O mercado manteve a projeção da Selic em 15,00% ao ano para o final de 2025. Para o fim de 2026, a expectativa continuou em 12,50% e, para 2027, em 10,50%.
Para a taxa de câmbio, a projeção do dólar ao final de 2025 também seguiu estável em R$ 5,90. Houve apenas leves ajustes para baixo nas estimativas para os anos seguintes: de R$ 5,99 para R$ 5,97 ao final de 2026, e de R$ 5,90 para R$ 5,89 ao final de 2027.
Em resumo, o Boletim Focus desta semana indica que, embora os agentes de mercado vejam uma possibilidade marginalmente maior de crescimento econômico para este ano, a preocupação com a inflação acima da meta persiste, sustentando a expectativa de que a taxa Selic permanecerá em níveis restritivos por um período considerável.