Previsões de Lucro Abaixo das Expectativas Prejudicam Recuperação das Ações Americanas

Previsões de Lucro Abaixo das Expectativas Prejudicam Recuperação das Ações Americanas

Empresas americanas estão enfrentando dificuldades para atender às expectativas de lucro, com orientações mais baixas do que o esperado, prejudicando a recuperação das ações. A guerra comercial iminente e a inflação persistente são fatores que impactam negativamente o mercado.

As perspectivas de lucro de muitas empresas americanas estão deixando os investidores em alerta, uma vez que as previsões para o futuro estão ficando aquém das expectativas. Um indicador que compara as estimativas de lucro das empresas com as projeções dos analistas caiu para o nível mais baixo em um ano, após atingir um patamar não visto desde 2016, conforme dados da Bloomberg Intelligence.

A desaceleração nas previsões pode ser atribuída a vários fatores. Uma possível guerra comercial, que deve afetar a demanda de exportação, e a inflação persistente são elementos que pesam sobre as perspectivas econômicas. Além disso, o Federal Reserve não tem demonstrado pressa em reduzir as taxas de juros, o que mantém o ambiente econômico em um equilíbrio instável.

“A incerteza que paira sobre este ano é das mais elevadas, e os executivos estão tentando navegar com uma abordagem mais cautelosa ao fornecer orientações mais modestas”, comentou Jim Tierney, diretor de investimentos da AllianceBernstein. Apesar dos resultados fortes no último trimestre, eles não conseguiram seguir completamente as orientações para o ano de 2025.

O impacto das previsões conservadoras é evidente no S&P 500, onde as orientações de lucro para o próximo trimestre e além estão abaixo das estimativas dos analistas. Historicamente, as ações reagem mais à orientação do que aos resultados reais, e as empresas que entregaram previsões melhores do que o esperado superaram o índice S&P 500 em 6,7% após a divulgação de seus resultados, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

Ainda assim, alguns analistas acreditam que as empresas podem estar sendo excessivamente conservadoras em suas projeções, preparando o terreno para uma possível recuperação. “A dança clássica dos analistas de Wall Street com a orientação empresarial está em ação, onde as empresas ajustam suas expectativas para números mais alcançáveis”, afirmou Patrick Armstrong, diretor de investimentos da Plurimi Wealth.

As previsões para os lucros do S&P 500 em 2025 já caíram para um crescimento de 10%, abaixo dos 13% previstos no início do ano. No entanto, para 2026, as estimativas de lucro permanecem fortes, com analistas prevendo um crescimento de 14%. “Embora a volatilidade de Trump crie incertezas no mercado, os fundamentos para o crescimento dos lucros ainda estão sólidos”, observou Nancy Tengler, presidente da Laffer Tengler Investments.

Olhando para frente, os investidores continuam otimistas, com a expectativa de que as margens de lucro melhorem conforme a inflação cede. No entanto, o risco de uma inflação mais persistente pode obrigar as autoridades monetárias a reconsiderar suas políticas de juros. Com os consumidores reduzindo os gastos devido aos preços elevados, os próximos resultados do setor varejista serão cruciais para avaliar a força do consumo e o impacto nas perspectivas econômicas.

Nesta quinta-feira, a Walmart Inc. divulgará seus resultados antes da abertura do mercado, seguido por Home Depot, Lowe's, Target e Nordstrom, oferecendo aos investidores uma visão importante sobre a saúde do mercado consumidor e as tendências econômicas para os próximos meses.

Federico García

Federico García

ederico é um especialista em desenvolvimento de negócios e estratégias de crescimento corporativo. Com mais de 4 anos de experiência, ele tem ajudado startups e grandes empresas a expandirem suas operações na América Latina.